Em Nome da Proteção, Perdemos as Nossas Árvores?

Abates de árvores protegidas seguem de norte a sul, com espécies centenárias, como sobreiros e carvalhos, caindo em áreas de baixo risco de incêndio — tudo em nome da “proteção” florestal! Os exemplos mais recentes que nos chegam vêm de Coimbra, Santarém e do Montijo.

10/31/20241 min read

Nas últimas semanas, casos recentes de abate de árvores protegidas destacam-se nas estradas nacionais de Santarém. Estes casos somam-se a milhares de outros ocorridos de norte a sul, legitimados pela legislação vigente de proteção da floresta contra incêndios. No Montijo, em área com baixíssimo risco de incêndio, árvores adultas, incluindo um raro carvalho-negral, estão já marcadas para abate na EN 251-1. Há menos de uma semana, seguimos também um caso em Coimbra, onde foi cortada uma floresta madura de folhosas, incluindo sobreiros adultos. Estes casos refletem as incongruências da atual legislação de gestão de combustíveis, que permite cortes indiscriminados, mesmo de arvoredo protegido, em áreas de elevado valor ecológico e mesmo quando a zona apresenta baixa perigosidade de incêndio florestal. É urgente rever a legislação e promover soluções estruturais e sustentáveis, que melhor protejam a biodiversidade e a nossa paisagem, em vez de depender de intervenções a curto prazo, economicamente e ambientalmente dispendiosas, e com fracos resultados em termos de resiliência a incêndios.